Pessoas vencedoras possuem alguns denominadores em comum. Em especial, o desejo, a vontade de se arriscar. Algo fundamental. Porque, se analisarmos bem, concluiremos que a própria essência do negócio está relacionada ao fato de se assumir riscos calculados no futuro.
Trabalhar com afinco e intensamente, dedicar-se e gostar do que faz são outras
qualidades que também valorizo muito em um profissional. Conheci inúmeras
pessoas muito inteligentes, super-dotadas e até alguns gênios. Que não
necessariamente alcançaram o sucesso.
Em contrapartida, conheci pessoas que mais se destacavam pelo esforço e comprometimento
com os planos e metas de trabalho. Como resultado, elas acumulam várias
histórias de êxito em suas carreiras. Ao contrário do que muitos acreditam,
inteligência não é sinônimo de sucesso. O segredo está em trabalhar duro e
manter esforço contínuo.
Há ainda uma outra característica que busco em
um colaborador que pretenda integrar minha equipe. Falo da curiosidade, da curiosidade
indiscriminada. A maioria das pessoas criativas gostam de fazer coisas
diferentes, procuram inovar e fugir da “mesmice” do dia-a-dia. São extremamente
curiosas e atentas para tudo na vida. Sem falar que mentes criativas são como
reservatórios onde idéias são armazenadas e podem ser resgatadas posteriormente
de forma lógica, sensível e disciplinada.
Além de tudo isso, procuro energia, um fator que
não deve faltar nunca em um profissional. Liderança pressupõe energia. É
preciso energia para motivar as pessoas, para focar nas prioridades e
principalmente para obter resultados. Aí está uma característica que agrega
grande valor quando esse profissional de dispõe a assumir os riscos de que
falei no início.
Uma vez identificadas essas qualidades, é
preciso pensar globalmente e considerar que a diversidade é indispensável. Não
opte por montar um time com pessoas iguais. Prefira compô-lo com perfis distintos
entre si. Assim, colherá novas idéias o tempo todo.
Também evite contratar pessoas “espelho”, isto
é, que sejam idênticas a você. Embora seja muito mais fácil gerenciá-las e
conviver com elas, essa alternativa minimiza a chance de serem sugeridas inovações.
Afinal todos tendem a pensar da mesma forma.
Particularmente, acredito muito no conflito
criativo e reitero: pessoas criativas têm mais sucesso em um ambiente
provocativo, onde o desafio é estimulado. Não estou falando de confronto
direto, no sentido pejorativo, agressivo e hostil. Falo de um conflito
saudável, que provoca a busca por novas idéias através de um processo maduro de
discussão.
No dia a dia, encorajo meu time a ousar, pensar
“fora do quadrado”, ressaltando sempre que não existem penalidades caso eles
não obtenham o êxito esperado. De algum modo, até mesmo estimulo que falhem
porque acredito que errar ainda é a melhor maneira de se aprender. Parto do
princípio de que só erra quem assumiu riscos. E de que nem sempre a falha
implica em fracassos, ainda que existam mais fracassos do que sucessos quando
as situações são de alto-risco.
Diferenciemos aqui, no entanto, os erros
esperados, isto é, aqueles que vêm eventualmente como conseqüência dos riscos
assumidos, dos erros irresponsáveis. Porque mesmo sob a ótica mais moderna de
gestão, as empresas não toleram pessoas desonestas, descompromissadas, que
falham por falta de ética ou de moral.
A longo prazo, assim como ocorre no âmbito
pessoal, as companhias mantém com seus colaboradores uma relação sustentada em
confiança – que, uma vez perdida, dificilmente consegue ser recuperada.
Diante disso, qual seria então a fórmula ideal
para encontrar o perfil mais indicado para compor uma equipe? Além de priorizar
as características de que já falamos, aliadas à ousadia, dedicação, diversidade
e foco nos resultados, minha sugestão é agir com bom senso e com bom humor.
Sempre.
Preocupo-me muito quando vejo um líder sem esse
perfil. Porque não acredito em bons líderes que não tenham senso de humor. Lembro
sempre meu time: se não estiverem se divertindo com o que fazem, é porque algo
está errado. E precisa ser revisto imediatamente.
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