O pesadelo piora. Você terá de anunciar essa
decisão a toda a equipe, falar frente a frente com eles e explicar-lhes os
motivos que o levaram a seguir essa linha de atuação. E mais: terá de lidar com
os receios dos outros tantos que continuarão na companhia.
Você deve estar se perguntando: por que se
envolver numa situação delicada como esta? Por que não deixar para seus
diretores e gerentes essa tarefa difícil?
A resposta é simples: ao tomar para si essa
responsabilidade, você tem a grande oportunidade de liderar com humanidade, o
que fará com que você ganhe a credibilidade de seus colaboradores – capital
humano que constitui o que a empresa mais necessita para que o sucesso seja
alcançado.
Liderança humana é aquela que tem respeito,
sensibilidade e compaixão pelas pessoas. E que está disposta a sofrer até mesmo
dolorosas conseqüências das decisões mais difíceis.
Vulnerável, sensitivo, reconhecedor de suas
próprias fraquezas. Estas são sim qualidades de um grande líder humano. Sem
citar aquelas que salientamos sempre como saber ouvir, respeitar, gerar alternativas, alinhar metas, orientar,
esclarecer, aceitar erros.
Antes que vocês discordem desse estilo humanitário de liderança, quero
reafirmar que estou falando de um modelo de gestão que, comprovadamente, é
muito mais eficaz do que os que se assemelham a um comando “militar”,
autoritário e controlador.
É fundamental que, ao assumir uma posição de liderança, você se lembre
que é humano acima de tudo. Se você é sempre perfeito, não erra em nada, não se
preocupa com os sentimentos de seus funcionários, ninguém irá querer trabalhar
com você.
Na contrapartida, quando existe empatia entre o líder e seus
colaboradores, cada um dá ao outro o que é necessário para que haja melhor
desempenho pessoal, profissional e do negócio em si. Ganham todos.
Não tema em demonstrar que você é de “carne e osso”. Assim, seus
colaboradores podem até discordar de seus pontos-de-vista, mas vão sempre
respeitá-lo e apoiá-lo.
Muitas são as pessoas que, quando atingem um cargo de liderança, sofrem
mudanças bruscas de personalidade e no modo de agir – alguns chegam até a
apresentar sinais graves de distúrbios de comportamento. Porque acreditam que,
para fazerem jus ao cargo, devem ser duros, inflexíveis em seus
posicionamentos.
Há os que se consideram superiores aos demais – os reles mortais,
segundo eles... – e sustentam a crença de que têm sempre razão, sabem de tudo e
estão fadados ao sucesso incondicionalmente. São autocráticos, controladores,
agem com impessoalidade e só sabem olhar as pessoas sob a ótica do trabalho e
da hierarquia.
Estão, na verdade, muito mais sujeitos ao fracasso....
Deveriam ir na contramão deste método ultrapassado de gerir, preferindo
a liderança humana, que capitaliza qualidades únicas como criatividade,
imaginação e bom humor. Uma liderança baseada no bom senso, no valor que cada
pessoa tem dentro e fora do ambiente profissional. Dessa forma, o líder ganha colaboração,
solidariedade e, o que é mais importante, a amizade de seus funcionários.
Sim. O líder também necessita de amigos.
O líder humano diferencia-se dos demais, em especial, porque sabe
motivar seus colaboradores, a ponto de inspirar que eles se desenvolvam e se
liberem. Que eles ajam proativamente.
Enquanto líder, você não tem que tomar todas as decisões, responder a
todas as perguntas. O segredo do sucesso está justamente em proporcionar que
seus colaboradores o façam. Porque, quando você entrega o poder de decisão, na
verdade está encorajando a todos a serem mais responsáveis e comprometidos com o
impacto de suas próprias decisões e com o sucesso que delas advém.
Tudo isso que estou falando pode parecer um
pouco absurdo. Mas, creiam, não é! Experimente liderar com humanidade. Pois
toda vez que você se colocar fora da posição de líder inflexível, estará
desenvolvendo tamanha competência, iniciativa, confiança e responsabilidade
entre seus colaboradores que eles serão capazes de operar a companhia mesmo sem
sua presença e levá-la ao sucesso.
Não é isso que você quer e que o mundo dos
negócios pede?
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